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domingo, 4 de julho de 2010

A FÉ QUE VENCE

A cananea, a fé que vence... (Mt 15,21-28; Mc 7,24-30)


Encontramo-nos diante de uma mulher, chamada “a Cananea”: anônima pela origem, não pelo nome. Ela ensina como a fé e a espiritualidade são capazes de obter as graças de Deus e ajudar a vencer os obstáculos do dia a dia. É um relato muito comovente. Esta mulher levava no coração o que tanto queria: a cura de sua filha! E eu, nós, o que temos ao coração, que muito desejamos ao longo do caminho?


“Tem piedade de mim, Senhor. Minha filha está muito doente!” Esta mulher parte da realidade: nada, a não ser Deus, pode solucionar o que atormenta tanto o seu coração: sua filha está nas mãos de um ‘demônio’. Quantas vezes, em nossas vidas, nos sentimos, ou como a filha ou como a mãe! Mas, nestas horas, como nos custa termos no coração a sensibilidade de Marta e Maria: “Senhor, aquele que amas está doente!”; o atrevimento da Cananea: “Senhor, tem piedade de mim!”


Parece, à primeira vista, Jesus não escutar o grito da mulher e ser necessária a intervenção dos discípulos em favor dela, não pelos motivos profundos que a movem, mas para que não mais os moleste. Às vezes podemos ter a impressão de que Deus não nos escuta, não nos ouve, quase desesperando pelo seu silêncio. É possível que até pensemos que Deus tenha se esquecido de nós. É justamente nestes momentos que Ele espera e deseja o nosso último gesto de entrega, de fé, de confiança em seu amor de Pai.


Jesus responde aos discípulos, não a ela, de que ele fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel. Esta resposta faz com que a mulher se torne ainda mais insistente em sua oração: “Senhor, socorre-me!”. Testemunha-nos como aceitar profundamente Deus. “Se não vos torneis como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. Diante das respostas de Jesus, a mulher crê e sabe o que Ele está fazendo. Somente continua crendo, em sintonia como o seu coração e suas necessidades: “Ele sabe o que está fazendo: está purificando plenamente o meu coração para o milagre!”


Diante da mulher, que acolhe o processo de crescimento na fé, Jesus se ‘dobra’: “Mulher, grande é a tua fé. Que aconteça o que queres!” E sua filha imediatamente é curada. A fé, baseada numa espiritualidade, sempre pode tudo. A fé, com humildade, dobra o coração de Deus e abre o nosso coração!


Nós podemos aprender desta mulher: Deus é tocado pela fé humilde e não pelo orgulho! Dele obtemos a ajuda quando confiamos. A fé e a espiritualidade são fundamentais na vida, especialmente, quando estamos diante do futuro, de um caminho a ser trilhado. Talvez sintamos a ansiedade por tudo o que nos espera; a impotência diante dos desafios, dos graves problemas que atingem a humanidade, nossas famílias, as pessoas. Não temos outra solução, senão também confiar: “Senhor, socorre-nos! Senhor, ajuda-nos!” E o Senhor, que já fez o caminho por nós na Encarnação, nos habilita para que também o façamos: “Tende fé, pois eu venci o mundo! Todo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará!”

Frei João Carlos Karling, ofm (jckarling@gmail.com)

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